terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Entrevista com o interventor da Colônia de Pescadores de Touros

Filho natural de Touros, Gildenes Raimundo dos Santos, 30 anos, é funcionário público concursado da Prefeitura Municipal de Touros, lotado como Agente Administrativo na Secretaria de Tributação. Atualmente, além de interventor da Colônia de Pescadores Z-02, nomeado pelo Juiz da Comarca, Dr. Rivaldo Pereira Neto, é estudante do curso de Direito.



1 – O que levou a Colônia de Pescadores de Touros a estar sob intervenção atualmente?

Gildenes - Devido Ação Judicial (processo nº 158.09.000574-7) impetrada por associados pelo fato do presidente da Colônia, o Sr. Rafael da Silva Ferreira, não prestar contas do gasto do dinheiro da colônia; ter alterado o estatuto sem a presença do número mínimo de associados; não ter convocado nova eleição no prazo conforme estatuto, dentre outras irregularidades.

2 - Em que condições você encontrou a Colônia de Pescadores, com relação ao patrimônio da entidade, aos direitos dos associados e a representatividade junto aos pescadores?

Gildenes - Encontrei a Colônia de Pescadores em completo abandono. A mesma se encontrava fechada há vários meses. O patrimônio depredado. O veículo da entidade quebrado e abandonado à corrosão da maresia e do tempo. Muitas dívidas, inclusive com água, luz, telefone, o qual ainda se encontra cortado. Sem dinheiro em caixa, sem conta bancária. A Colônia incluída no SPC, SERASA e CADIM, impossibilitando dessa forma que benefícios sejam repassados à Colônia, e posteriormente aos pescadores. Muitos associados com seus benefícios atrasados ou impossibilitados de recebê-los. Em resumo: a Colônia está quebrada no fundo do poço!

3 – Como está sendo desenvolvido, no dia a dia, o seu trabalho como interventor?

Gildenes - Contratei duas pessoas para realizar o serviço de atendimento aos associados e estou constantemente nos órgãos e credores da Colônia buscando alternativas e soluções para regularizar a situação da Associação. Já estamos regularizando as pendências fiscais junto à Receita Federal, onde a mesma já estava com o CNPJ prestes a ser cancelado por falta de declarações obrigatórias desde 2003. Junto ao Banco do Brasil estou tentando reativar a antiga conta, pois a mesma está desativada desde 2004 por falta de movimento. E junto aos demais órgãos, estamos parcelando os débitos para que seja possível retirar o nome da Colônia do SPC, SERASA e CADIM.

4- Existe algum prazo, calendário a ser cumprido, quais as orientações para procedimentos e finalização do trabalho?

Gildenes - Não foi definido um prazo para conclusão dos trabalhos. Fui nomeado para gerir a Colônia e convocar as eleições para compor a nova diretoria assim que possível.

5 – Os associados estão participando de alguma forma do processo de intervenção?

Gildenes - Sim. As decisões mais importantes serão tomadas pelos próprios associados em Assembléias Gerais. Inclusive já foi convocada uma para o dia 11 de fevereiro.

6 – O que podem esperar os pescadores de Touros, com relação a todo esse trabalho de intervenção que está sendo realizado? Qual a sua mensagem para os associados?

Gildenes - Os pescadores e associados da Colônia podem esperar que ao final da intervenção receberão a instituição em condições ideais para funcionamento, com seus débitos saldados, com suas contas em dia, documentos organizados e adequadamente preparada para atender às necessidades dos pescadores. Espero que ao convocar as eleições para a nova diretoria, os associados elejam uma diretoria que seja a melhor para a Colônia: com pessoas capazes de realizar um trabalho transparente, honesto e que atenda aos anseios dos pescadores.

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