sexta-feira, 21 de agosto de 2015


O compromisso com o fazer pedagógico

                   Não basta ler Paulo Freire, é preciso pô-lo em prática.

Ontem, 20 de agosto, à noite, participei do I Festival Folclórico e da Cultura Tourense, a convite da Secretaria de Educação do município de Touros.

Na abertura do evento cantei o Hino de Touros, de autoria do prof. Ivanildo Cortez, e na sequência cantei “Tarrafas”, um poema de autoria do folclorista Deífilo Gurgel, falecido em 2012. O poema foi musicado pelo meu parceiro musical Iúri de Andrade, jovem que teve a vida ceifada quando fazia residência médica no estado do Ceará, ainda estudante universitário; na sequência cantei algumas canções de minha autoria.

Após minha apresentação assisti a algumas outras apresentações que aconteceram dentro da programação; minha memória ativava as lembranças da 1ª Semana de Cultura, realizada em janeiro de 1988.

Percebi que o evento era, prioritariamente, para o alunado do município, tão carente de opções culturais, mas a presença desse público era tímida.

A postura de descompromisso com o fazer pedagógico não se justifica nem em caso de divergências políticas que porventura possam existir.

Em tese, alunos e corpo docente das escolas públicas do município eram para estar presentes ao evento e não alunos dispersos nas praças públicas da cidade, aguardando a hora de retorno para suas residências.

Essa seria uma oportunidade ímpar de um trabalho interdisciplinar nas variadas disciplinas contempladas no currículo escolar do Ensino Fundamental.

A atividade de sala de aula não pode cair no burocratismo do simples cumprimento de horário, para atender às exigências da legislação.

Touros precisa crescer qualitativamente e são a educação e o fazer pedagógico, os instrumentos revolucionários de mudança e de transformação para esse contexto tão almejado e desejado.

Além desse crescimento qualitativo faz-se necessária e urgente a formação de público para aprender a ouvir, respeitar e valorizar as manifestações culturais de seu próprio chão.

É preciso que repensemos os nossos conceitos e valores para que possamos contribuir com mudanças significativas.


Como diz o poeta Ivanildo Penha, no encarte do CD Touros: “...um povo que não tem memória é um povo que não tem história, um povo que não tem passado, é um povo que não terá futuro”.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015




O TRANSPORTE NOSSO DE CADA DIA


Administrar o interesse público exige planejamento, seja no âmbito federal, estadual ou municipal.
Em Touros há um completo desrespeito à lei e há falta de planejamento e organização no que tange ao direito dos alunos de usarem o ônibus escolar para irem estudar na capital.
Como se já não bastasse, o início do semestre 2015.2 conta somente com um ônibus para cobrir da UNP da avenida Floriano Peixoto até as faculdades de Ponta Negra, passando pelo anel viário da UFRN, nos dias em que se desloca até Natal.
Há universitários que têm aula a partir das 18h e terminam perdendo a primeira aula, pelo fato de um só transporte chegar com atraso nas instituições citadas.
Além da necessidade de dois ônibus para contemplar o público usuário, esses veículos já deveriam estar revisados e disponíveis antes do período letivo.
Ao contrário disso o percurso é realizado com estudantes em pé, na ida e na volta, tendo inclusive gestantes.
Em função da irregularidade do serviço, muitos educandos nesse início de semestre estão arriscados a perdê-lo pela quantidade de faltas.
Outros, para não perderem suas aulas, fazem uso do ônibus intermunicipal, pagando R$14 reais, por cada percurso, e tendo que pernoitar em Natal, com retorno no dia seguinte.
Justificar que muitos podem realizar essa despesa por conta própria é impróprio, pois educação é direito do cidadão e dever do Estado, seja para filhos do prefeito, vereadores ou de pescadores tourenses.
Já pensou se as universidades públicas federais e os IFs só aceitassem alunos de menor poder aquisitivo? Seria um literal desrespeito à Constituição Federal.
Além do mais, muitos desses alunos pagam mensalidades em instituições privadas com sacrifício.
É preciso que a administração pública municipal tenha visão estratégica, pois a mão de obra que está em busca de qualificação irá servir ao próprio município em um futuro próximo.