A apresentação musical “Navegando pela Vida” foi realizada no dia 03 de agosto de 1987, no palco do teatro Jesiel Figueiredo, na lateral da igreja de São Pedro. O teatro já não mais existe por decisão dos padres da congregação religiosa Sagrada Família.
Lá se vão vinte e três anos de minha primeira apresentação musical, e que foi fruto da oportunidade dada pelo projeto “Espaço Aberto”, da Secretaria de Cultura de Natal. O projeto sob a responsabilidade da compositora e cantora Ana Fernandes, na gestão do secretário de cultura Gileno Guanabara, administração Garibaldi Filho, oferecia espaço aos compositores e cantores iniciantes na arte musical potiguar, juntamente com ingressos, propaganda e veiculação em rádios locais, além de toda a estrutura ( palco, iluminação e instrumentos) para a apresentação musical.
A minha decisão de participar teve o apoio significativo de meu professor de violão, à época, Lucinaldo Lucas (in memoriam) filho do mestre fabricante de violões que residia por trás do colégio Imaculada Conceição, no bairro da Cidade Alta.
Lucinaldo Lucas se encarregou de arrebanhar alguns dos músicos participantes da banda, além da participação fundamental do baixista Leonardo Teixeira, funcionário dos Correios em Natal e integrante da banda Mecanismo Sísmico, como também de Helena, flautista que tocou e teve participação vocal em algumas canções.
No leque de composições que integraram a apresentação, foram cantadas parcerias com os meus amigos Iúri de Andrade (in memoriam), com as músicas Razão de um Ato e Mistérios do Mar, assim como Lua do Escurecer, parceria com Ângela Catharine.
O folder entregue ao público foi produzido na Gráfica Santa Maria, do empresário tourense Ivanaldo Henrique Bezerra, além do apoio da Livraria Clima e do Armarinho Patrícia, comércio existente em Touros, à época.
O cenário da apresentação, de autoria do artista plástico Marcelino (in memoriam) funcionário do Colégio das Neves, teve como referência as belezas naturais da praia de Touros e o prospecto de apresentação contou com um comentário do compositor João Galvão:
“Há uma nova trupe de compositores, grupos e cantores no ar. Bastou o incentivo mínimo, a fresta, a janela, o espaço aberto e eles abriram as gavetas, desensacaram as violas, guitarras e flautas e desengasgaram de vez. Pé na estrada, companheiros, pois o caminho é longo e a batalha árdua.Hoje há mais um cantando. O povo simples da sua infância é matéria-prima da sua canção, a esperança de dias melhores, profissão de fé, o mar, o céu, cenário dos seus enredos e desenredos. Luiz Cláudio canta a praia, a jangada, o parracho, o tourinho. Touros entrou sem pedir licença na arte deste cantador, é barco que ele navega pela vida, e nunca foi tão importante cantar os cantos daquele canto antes que os velhotes americanos lancem mão. Haja som!”